Sindicato admite estar em “situação difícil” para defender pescadores

Sindicato Livre dos Pescadores alerta para o “estado precário” resultante de passivo de 60 mil euros, agravado pela “crise catastrófica” da Covid

O Sindicato Livre dos Pescadores, Marítimos e Profissionais Afins dos Açores enfrenta dificuldades financeiras, agravadas pelos efeitos da pandemia, que estão a deixá-lo em situação difícil para continuar a defender os trabalhadores da pesca artesanal da Região.

“Com esta crise catastrófica do coronavírus, é claro que as coisas complicaram-se e escassearam com o impedimento dos pescadores de irem ao mar, as quotas sindicais decresceram vertiginosamente, deixando este Sindicato em situação difícil para prosseguir o seu trabalho de incansável defesa dos interesses dos pescadores”, frisa o presidente da direção, especificando estar em causa um passivo de cerca de 60 mil euros.

A situação de debilidade financeira não é exclusiva do Sindicato Livre, afetando também, segundo Luís Carlos Brum, outros sindicatos e associações ligadas ao setor. Organizações essas que “desempenham serviços essenciais e indispensáveis aos pescadores” ao nível, por exemplo, do rol de tripulação, das candidaturas ao Fundopesca, ao Poseima, ao apoio ao gasóleo e seguro, da solicitação de renovação de licença de pesca e da marcação de vistorias, para além do preenchimento de formulários relacionados com o Rendimento Social de Inserção e apoio judiciário. Faz notar que as solicitações são “enormes” e há que ter recursos humanos e financeiros para lhes dar resposta. Daí que, “de uma maneira realista”, deixe o alerta e sensibilize a tutela para a situação delicada em que se encontra a estrutura que representa: “este Sindicato chama a atenção para o seu estado precário, carenciado e necessitado, colocando sempre primeiro a justiça das nossas reivindicações”.

Brum esclarece que a única receita do sindicato são as quotizações dos pescadores que correspondem a 1% sobre o valor bruto do pescado. Valor que, diz, por vezes chega a ser inferior e nos períodos de inverno “é manifestamente insuficiente” para cobrir as despesas correntes (água, luz, telefone, internet, ordenados, Finanças, Segurança Social, material de escritório e combustível).

Na verdade, um dos grandes problemas do Sindicato Livre são as dívidas que tem à Segurança Social e Finanças que o impedem de receber apoios do Governo Regional.

Fonte: Açoriano Oriental