O valor de investimento estimado para a orla costeira e os portos de pesca dos Açores afetados pelo furacão Lorenzo é de 11,7 milhões de euros, adiantou esta sexta feira o secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia.
Gui Menezes esclareceu, ainda, que foram identificadas nas ilhas do Pico, Flores, Faial, Graciosa, Terceira e São Miguel 56 intervenções, das quais “mais de 64% já foram executadas, ou estão em fase de execução ou de adjudicação”, explica a nota de imprensa enviada hoje pelo executivo regional.
O governante, que foi hoje ouvido, por videoconferência, pelo Grupo de Trabalho do parlamento açoriano sobre o furacão Lorenzo, esclareceu que os prejuízos provocados pelo furacão em áreas que tutela “foram divididos em despesas da Lotaçor e das direções regionais das Pescas e dos Assuntos do Mar”.
Em relação aos pescadores e armadores afetados, o responsável apontou que “estas questões afetaram mais diretamente os pescadores das Flores, Pico e Graciosa” e garantiu que “os compromissos com os pescadores foram todos cumpridos”, através de “apoios diretos aos armadores, bem como através da reparação das casas de aprestos, dos postos de recolha e das gruas de apoio ao setor”, concretiza a nota.
Esses apoios foram garantidos em 2019, sendo que “alguns apoios se prolongaram durante este ano”, como o pagamento de um salário mínimo a armadores das Flores que tiveram de reparar as suas embarcações na ilha Terceira.
Quanto à orla costeira, o mau tempo no inverno e a pandemia de covid-19 causaram “constrangimentos” nos projetos, apontou o secretário regional, acrescentando que “26% das obras que estão em fase de projeto são as de maior envergadura e que têm outra complexidade técnica”.
“Depois destes constrangimentos, os trabalhos estão bem encaminhados”, afirmou.
Quando questionado sobre a matéria, o governante adiantou que decorrem obras de proteção costeira de “significativa monta” no âmbito da Estratégia Regional para as Alterações Climáticas.
O Governo Regional já interveio em “cerca de sete quilómetros de orla costeira” em todas as ilhas e as situações de risco “estão identificadas”, apontou, esclarecendo que o trabalho é feito “com o Laboratório Regional de Engenharia Civil (LREC), que faz grande parte das avaliações técnicas” e que é dada “prioridade” às obras que protejam pessoas e bens.
Em relação à proteção costeira da baía do Porto Pim, no Faial, “com a ocorrência do Lorenzo, decidiu-se fazer a divisão do projeto”, que inclui uma intervenção no edificado histórico, nomeadamente o Forte de São Sebastião e o Reduto da Patrulha, que deve arrancar ainda este ano.
Já para a proteção costeira, um investimento que deverá rondar um milhão de euros, o executivo solicitou ao projetista que “sugerisse várias possibilidades tecnicamente válidas e que possam ser discutidas”.
A passagem do furacão Lorenzo, em outubro de 2019, causou graves danos em setores públicos e no setor empresarial privado, com perdas estimadas pelo executivo açoriano em cerca de 330 milhões de euros.
O Governo da República demonstrou disponibilidade para cobrir cerca de 85% desse valor, dividindo-se o restante entre o Fundo de Solidariedade da UE e o esforço da região.
Fonte: Açoriano Oriental/Lusa